O Ensino de artes marciais nas aulas de Educação Física

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E ARTES MARCIAIS: ENTRE O COMBATE E O DEBATE.

  As Lutas, Artes Marciais e Modalidades Esportivas de Combate (L/AM/MEC) têm alcançado uma visibilidade jamais vista na história da humanidade. Com a expansão das tecnologias da informação e do processo de globalização, essas manifestações estão propulsionadas pelos imperativos da sociedade capitalista e da sociedade do espetáculo. Como um exemplo desse fenômeno, identificamos o empreendimento dos torneios de artes marciais mistas popularmente denominados como "MMA". Em escala global, podemos admitir que as Artes Marciais alcançaram uma projeção de tal ordem, cujas dimensões lhe conferem um estatuto que transcende o restrito conceito de prática corporal e atividade física. Atualmente pode ser compreendida como um fenômeno político e econômico relevante de ampla e diversa penetração nas mais diversas instâncias da vida social.
Como exemplos, é perfeitamente visível a presença dessas atividades nas esferas das academias, institutos, associações, empresas, mídias, no mercado da indústria e comércio de produtos esportivos, na produção literária e, contemporaneamente, nas políticas públicas de esporte, lazer, cultura, saúde e educação. No tocante ao último item, as L/AM/MEC foram incorporadas como objetos da educação formal com especial destaque para o âmbito da educação escolar. Nesse contexto, temos observado a admissão progressiva dessas manifestações culturais a partir da Educação Física Escolar como a instância curricular responsável pelo trato didático/metodológico desses presumíveis conteúdos formais. 
PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA; ARTES MARCIAIS; ESPORTES DE COMBATE.

CORREIA, Walter Roberto. Educação Física Escolar e Artes Marciais: entre o combate e o debate. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 29, n. 2, p. 337-344, 2015.

http://www.scielo.br/pdf/rbefe/v29n2/1807-5509-rbefe-29-02-00337.pdf


A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DAS ARTES MARCIAIS NA REDUÇÃO DA AGRESSIVIDADE EM ADOLESCENTES, NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

  Diante de um dos maiores problemas em nossa sociedade, a violência, e suas implicações dentro da escola, este estudo teve por objetivo encontrar a relação entre prática de artes marciais e redução da manifestação de comportamento agressivo em adolescentes nas aulas de educação física escolar. Fora investigado, através de revisão da literatura existente na área, a utilização das artes marciais para a formação benéfica do caráter e da personalidade de adolescentes. Participaram deste estudo 15 adolescentes praticantes de artes marciais. Os dados foram obtidos através de um formulário semi-estruturado, com perguntas “abertas” e “fechadas”, em que poderiam fazer comentários e exemplos sobre os temas tratados. Através da análise dos resultados obtidos, pode-se verificar que é na situação do jogo em que ocorre maior incidência de manifestação de comportamento agressivo nas aulas de educação física. E a prática de artes marciais pode auxiliar na redução na ação/reação agressiva por parte dos adolescentes durante as aulas. Contribuindo, assim, para o autocontrole dos alunos e para sua formação como cidadão.
PALAVRAS-CHAVE: AGRESSIVIDADE; ARTES MARCIAIS; EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR; ADOLESCENTES.


PACHECO, RENAN LEMOS. A influência da prática das artes marciais na redução da agressividade em adolescentes, nas aulas de Educação Física. POLÊM! CA, v. 11, n. 3, p. 414-424, 2012.

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/3732/2614


ARTES MARCIAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Resumo:
  O propósito deste estudo foi conhecer o entendimento dos professores de educação física escolar sobre as Lutas no Brasil considerando estas aulas presentes num contexto educacional público e obrigatório no currículo escolar. Desta forma será apresentado um modelo de ensino e aprendizagem das Lutas (Karatê, Judô, Taekwondo e Lutas associadas), baseado numa pesquisa bibliográfica, experimental e descritiva. 
  Recorreu-se à metodologia quanti-qualitativa, através de aplicação de 02 questionários, da aplicação de uma entrevista (semiestruturada), tendo sido aprovadas por experts (Doutores em Ciências do Desporto) como também foram realizados pré-questionários para teste de uso dos mesmos com 25 profissionais da área. As entrevistas foram aplicadas a 112 professores de educação física escolar,de quatro cidades da baixada Santista no estado de São Paulo (Santos, Cubatão, Guarujá e Bertioga),tendo as mesmas sido analisadas e gravadas para posterior tratamento das respostas, através de análise de conteúdo. 
  Com base no resultado desta análise surgiram algumas conclusões: o ensino das lutas dentro do contexto escolar ainda possuiu dificuldades por parte do ensinar pelos professores, apesar de existir um bloco de conteúdos que estão nas diretrizes dos PCN’S (bloco de conteúdos-conceitual, atitudinal e procedimental) os mesmos trabalham em quase sua maioria o procedimental, os professores não tiveram em sua formação inicial nas IES uma boa base onde os mesmos não são especialistas em lutas, na maioria das escolas não existe um espaço físico apropriado como também material para as aulas, muitos professores gostariam de ter capacitações contínuas e permanentes para o aprendizado das lutas principalmente nas habilidades motoras, jogos e iniciação esportiva, sabem que ao trabalhar as lutas começam a ter resultados expressivos na disciplina e no respeito, identificam as lutas como um movimento corporal importante a ser ensinado aos alunos e salientam a necessidade de mais horas-aulas para desenvolveram a reflexão entre os alunos e prepararem melhor seus conteúdos. 
PALAVRAS-CHAVE: LUTAS; ARTES MARCIAIS; EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR; APRENDIZAGENS E MODELO DE ENSINO.

BARROSO, André Luís Ruggiero; DARIDO, Suraya Cristina. A pedagogia do esporte e as dimensões dos conteúdos: conceitual, procedimental e atitudinal. Journal of Physical Education, v. 20, n. 2, p. 281-289, 2009.

http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3884


ARTES MARCIAIS E LUTAS: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE SABERES NO CAMPO DISCURSIVO DA EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA


  Os diferentes significados atribuídos às Artes Marciais e às Lutas têm possibilitado sua circulação e apropriação por várias esferas da sociedade. Atualmente, podemos considerá-las atividade de lazer, exercício que visa o aumento da aptidão física, defesa pessoal, prática esportiva, além de serem constantemente associadas a um estilo de vida e orientadas por determinados valores culturais. Essas práticas,2 como objeto de significação, ganham cada vez mais espaço em academias de ginástica, clubes esportivos, escolas, entre outros ambientes, tornando-se suscetíveis a um “complexo e indeterminado processo de transformação” (SILVA, 2003, p. 20)

possibilita a elas que se manifestem imbricadas em diferentes contextos sociais. No que diz respeito ao conhecimento produzido sobre elas no universo acadêmico, especificamente através da Educação Física, a situação não é diferente. São elas entendidas tanto como uma atividade milenar, atrelada a determinadas orientações filosóficas e religiosas, quanto uma atividade física e esportiva, apropriada por práticas escolares e não-escolares.
PALAVRAS-CHAVE: ARTES MARCIAIS; LUTAS; CAMPO DISCURSIVO; DISCURSO CIENTÍFICO


GONÇALVES, Arisson Vinícius Landgraf; DA SILVA, Méri Rosane Santos. Artes marciais e lutas: uma análise da produção de saberes no campo discursivo da educação física brasileira. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 35, n. 3, p. 657-671, 2013.

http://www.scielo.br/pdf/rbce/v35n3/10.pdf



  O objetivo desta investigação é compreender como os alunos relacionam-se com os saberes propostos no conteúdo "lutas" em aulas de Educação Física de uma escola pública localizada em cidade do interior do estado de São Paulo, que se orienta pelo currículo oficial de Educação Física.  Trata-se de um estudo de caso com uma turma de 7° ano do Ensino Fundamental, que busca diligenciar como os alunos manifestam e constroem as relações com os saberes das lutas, com base nos referenciais teóricos de Bernard Charlot. Os procedimentos metodológicos foram: (a) observação de aulas do conteúdo “Judô”; (b) entrevistas semiestruturadas com professor e alunos, antes e após a sequência de aulas. O resultados das entrevistas iniciais apontam que os alunos com vivências anteriores em lutas demonstraram maior interesse em aprender o conteúdo, e os demais associaram a luta ao "machucar" e à violência. Contudo, os alunos inicialmente desinteressados pelas aulas de judô mobilizaram-se durante o processo, graças aos “jogos de luta” desenvolvidos, à conduta paciente e atenciosa da professora nas instruções de aula, bem como à ajuda de colegas de turma que já possuíam vivências de lutas, que se valeram da amizade como meio de convencimento de colegas. De modo geral, a luta representou um conteúdo “novo” nas aulas de Educação Física na opinião discente.  O golpe o-sotogari foi o único ensinado pela professora, o que conferiu o status de “saber derrubar alguém” e “saber lutar” aos alunos. Contudo, o longo tempo de espera para a prática do golpe foi fator que dificultou a mobilização dos alunos, e gerou um espaço organizado pelos próprios alunos para a prática de movimentos de lutas. - a “periferia do dojo”. Esse ambiente pode ser caracterizado como não-diretivo e que abrigou uma intensa rede de inter-relações discentes, mas também esteve associado à reprodução dos estereótipos das lutas: violência, machismo, luta como esporte espetáculo. Os resultados também indicaram maior mobilização dos meninos, pois grande parte das meninas participou em menor nível, pelos seguintes motivos: (a) medo de machucar; (b) vergonha de expor suas habilidades supostamente inferiores aos meninos, (c) por considerar a luta como elemento da cultura de movimento masculina. Após as aulas, os alunos manifestaram interesse de continuar aprendendo o conteúdo. Conclui-se que para maior adesão à prática das lutas é necessário desmistificar a violência como fator intrínseco a elas, oportunizar condições de segurança e abordar questões de gênero e sexualidade. Isso exige maior quantidade de aulas, ensino de novas técnicas e esclarecimentos aos alunos. Por fim, evidenciou-se que, quando a investigação aprende a relação dos alunos com os saberes, as conclusões retornam aos professores, ao constatar e sugerir diretrizes para a construção de seus conhecimentos específicos, pedagógicos e curriculares do/sobre o conteúdo “lutas”. 

PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, CURRÍCULO, LUTAS, SABERES, ALUNO.

SO, Marcos Roberto. Das relações com os saberes das lutas nas aulas de Educação Física : as perspectivas dos alunos. 2014. x197 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2014. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/115598>.

Lutas e artes marciais: possibilidades pedagógicas na Educação Física escolar

 Apesar das dificuldades, o trabalho com as lutas e artes marciais vem se justificando dentro do ambiente escolar de diversas maneiras. O objetivo deste trabalho foi identificar na literatura especializada maneiras de desenvolver um trabalho pedagógico com as lutas e/ou artes marciais nas aulas de Educação Física escolar tendo como suporte os estudos culturais e o multiculturalismo crítico. Para isto realizamos uma revisão bibliográfica. Consideramos que os trabalhos analisados ancorados na perspectiva de currículo póscrítico, dialoga a todo instante com os sujeitos da educação e é uma possibilidade de trabalho que respeita as diferenças e individualidades dos alunos e alunas. 
PALAVRAS-CHAVE: CURRÍCULO, EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, LUTAS, ARTES MARCIAIS.

NUNES, Hugo Cesar Bueno. Lutas e artes marciais: possibilidades pedagógicas na Educação Física escolar. Disponível em: http://www.gpef.fe.usp.br/teses/hugo_01.pdf.

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